En France, le concept brésilien
de "ficar"/"namorar" n'existe pas (voir mon précédent post
à ce sujet). Pour nous, le premier baiser engage déjà un peu. En général, dès
la seconde rencontre, l'autre est implicitement considéré comme célibataire et
la relation comme fixe. Dans le cas contraire, le sujet est normalement
clairement abordé, afin de se reconnaître comme "sexfriend", même si
de plus en plus d'hommes aujourd'hui "oublient" de le mentionner. Si
rien n'est spécifié mais que l'un des deux sort déjà avec quelqu'un, on le/la
considérera comme un enfoiré de première classe (pour ne pas dire autre chose,
ce qui arrive aussi parfois...). Car en France, nous n'avons pas la possibilité
de connaître plusieurs personnes en même temps, comme cela est commun chez les
jeunes au Brésil, et il n'existe pas d'équivalent au "pedido de
namoro" brésilien. Pour nous, une relation fixe (même de quelques jours)
suppose l'exclusivité, et la rupture entraîne au minimum une conversation.
Personne ne disparaît du jour au lendemain, sauf encore une fois à être un
enfoiré, un adolescent immature, ou à être passé sous un camion.
Si à l'échelle temporelle
brésilienne, le baiser en France peut paraître prendre un peu trop de temps, la
suite de la relation viendra probablement rapidement et progressivement. Je
parle bien sûr des relations sexuelles, mais pas que.
On inclut assez rapidement le/la
petit(e) ami(e) dans le groupe de potes, mais pour la famille on attend un peu
: on ne se sent pas obligés de présenter tout de suite le père, la mère, la
marraine, l'oncle, la nièce, le voisin, le chien et la maison de campagne.
Au cours de la relation, et
notamment au début, les Français sont plutôt romantiques et affectueux. Si on
vous a dit que c'était les Italiens, on vous a menti... :) L'homme, comme la femme
d'ailleurs, n'hésite pas à apporter à son amoureux(se) le petit déjeuner au
lit, lui offrir des fleurs, des chocolats, ou lui préparer un dîner romantique,
et cela parfois sans occasion spéciale. Pour nous, dire "je t'aime"
est normal : si on le pense, on le dit, rien d'extrême, et puis voilà.
Dîner spécial : quiche lorraine et champagne entre amoureux à Paris |
Le fait d'être indépendants
matériellement tôt implique que nous n'ayons pas besoin de motels comme il en
existe au Brésil (chambres d'hôtel louées à l'heure pour les couples) : on peut
se retrouver tranquillement chez l'un ou chez l'autre, y dormir, se réveiller
le matin, aller à la boulangerie du coin pour y acheter des croissants encore
chauds et préparer un petit déj en amoureux, sans avoir comme limite l'heure de
sortie programmée de l'établissement. Et ça, il faut quand même le dire, c'est
le top !
Le couple peut emménager ensemble
assez rapidement s'il le désire, sans que personne ne le considère comme un
couple déjà "marié". Pour nous, Français, rien de plus normal. Ce
sera toujours l'occasion de réunir les potes pour aider à porter les cartons et
faire une petite fête une fois les verres déballés. Pour cette raison, chez les
Français trentenaires, il est commun d'avoir déjà eu plusieurs relations
sérieuses successives et d'avoir habité avec un ou plusieurs petit(e)s ami(e)s,
surtout à Paris et dans les grandes villes où les loyers sont chers.
Chez les Français, avoir un(e)
petit(e) ami(e) ne signifie en aucun cas vivre l'un pour l'autre, en vase clos.
Chacun a l'habitude de continuer les activités qu'il aime en toute liberté,
nulle question d'abandonner ses potes. Il est super normal de continuer à voir
ses amis, même sans le conjoint si ce dernier ne peut pas ou ne veut pas être
présent, et cela sans qu'il devienne jaloux. Personne ne supporte la
suffocation conjugale. Cela ne suppose pas qu'on va critiquer celui ou celle
qui est absent, et encore moins le/la tromper. Par ailleurs, les amitiés
hommes-femmes sont fréquentes et ne suscitent en général pas de méfiance.
Démontrer sa capacité à être
jaloux peut être un petit jeu amusant, mais la jalousie excessive est chez nous
considérée comme une maladie qu'il faut traiter, ou qu'il faut fuir à tout
prix... Etre jaloux des fréquentations ou des loisirs de son/sa petit(e)
ami(e), ne vouloir le partager sous aucune forme, ou s'en sentir propriétaire,
est loin d'être une preuve d'amour.
Dans la vie sexuelle, les
partenaires français sont entre eux câlins et tendres. Chez nous, pas
véritablement de tapes et d'insultes au lit. Juste un peu parfois. Le meilleur,
c'est l'attention à l'autre, la sensualité, les mots doux susurrés à l'oreille,
ainsi que le respect mutuel.
Avec le temps, si le Français
perd de son romantisme de début de relation, il reste attentionné envers son/sa
partenaire. Les petites surprises et cadeaux chargés d'affection ne sont pas
rares. De par l'indépendance de chacun, les partenaires trouvent toujours leur
auto-réalisation dans des activités personnelles ou professionnelles, même si
ces dernières passent parfois provisoirement au premier plan.
La suite de ce post dans "Les relations amoureuses avec
les Français(es) - Partie 3".
Merci à Rafael pour la relecture du portugais !
Merci aussi à Lucie, Lucinea et Erwan pour leurs retours
d'expériences franco-brésiliennes !
Photo : merci à Lucinea pour la
photo illustrative.
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Namorar um
francês/uma francesa - Parte 2
Na França, o conceito brasileiro de ficar e
namorar simplesmente não existe (ver o antigo post a respeito). Para nós, o
primeiro beijo compromete já um pouco. Em geral, já no segundo encontro, o
parceiro é implicitamente considerado como solteiro e a relação como fixa. No
caso contrário, o assunto é claramente abordado, afim de nós reconhecermos como
"sexfriends", isso mesmo se um grande número de homens hoje em dia
"esquece" de menciona-lo. Se nada for especificado mas que um dos
dois já sai com alguém, será considerado como um(a) idiota de primeira (para
não falar outra coisa, o que acontece também...). Isso porque na França, não
temos a possibilidade de conhecer várias pessoas ao mesmo tempo, como isso é
comum entre os jovens no Brasil, e não existe equivalente ao pedido de namoro
brasileiro. Para nós, uma relação (inclusive de alguns dias) pressupõe
exclusividade, e a separação provoca no mínimo uma conversa. Ninguém some de um
dia pro outro, exceto se for um(a) idiota, um adolescente imaturo, ou se foi
atropelado por um caminhão.
Se na escala de tempo brasileira, o beijo na
França pode demorar demais, o resto da relação virá provavelmente rapidamente e
progressivamente. Falo aqui, claro, de sexo, mas não somente.
Incluímos bastante rapidamente o/a namorado/a
no grupo de amigos, mas para a família esperamos um pouco : não nos sentimos
obrigados de apresentar logo o pai, a mãe, a madrinha, o tio, a sobrinha, o
vizinho, o cachorro e a casa no interior.
Durante a relação, principalmente no inicio, os
franceses são bastante românticos e carinhosos. Se falaram para você que eram
os italianos, mentiram para você... :) O homem, como a mulher aliás, não hesita em
trazer o café da manhã na cama para o/a parceiro/a, em oferecer flores,
bombons, ou preparar um jantar romântico, isso tudo sem ter uma ocasião
especial. Para nós, dizer "te amo" é normal : se pensamos, dizemos,
nada de dramático, e pronto.
O fato de ser materialmente independentes cedo
implica que não precisamos de motéis como existem no Brasil: podemos encontrar
tranquilamente em casa dele ou dela, dormir lá, acordar de manhã, ir na padaria
da esquina para comprar croissants ainda quentes e preparar um café da manhã
entre parceiros, sem ter hora de saída prevista no motel. Isso é top!
O casal pode morar junto bastante rapidamente
se quiser, sem que ninguém considera o casal como já casado. Para nós
franceses, nada de anormal. É sempre a ocasião de reunir os amigos para ajudar
a carregar as caixas de mudança e fazer uma festa uma vez que todos os copos
estão desembrulhados. Para esse motivo, para os franceses que estão na casa dos
trinta, é comum já ter tido várias relações sérias sucessivas e ter morado com
um ou vários/as namorados/as, principalmente em Paris e nas cidades grandes
onde os aluguéis estão caros.
Para os franceses, ter um/uma namorado/a não
significa nunca viver para o outro, fechados sobre si. Cada um pode continuar as
atividades que gosta em liberdade, sem nunca abandonar os amigos. É super
normal continuar a visitá-los, mesmo sem o cônjuge se esse não pode ou não quer
estar presente, sem que o outro fique ciumento. Ninguém aguenta sufocação
conjugal. Isso não quer dizer que vamos criticar quem está ausente, e ainda
menos traí-lo/la. De um outro lado, as amizades homem-mulher são frequentes e
em geral não chamam desconfiança.
Demonstrar sua capacidade a ser ciumento pode
ser um joguinho divertido, mas ciúme excessivo é considerado por nós como uma
doença que precisa ser tratada, ou da qual se deve fugir a qualquer preço...
Ser ciumento das frequentações ou das atividades de lazer do parceiro, não
querer o/a dividir sob nenhuma forma, ou se sentir proprietário do outro, é
longe de ser uma prova de amor.
Na vida sexual, os parceiros franceses são
entre eles carinhosos e ternos. Para nós, poucos tapas e xingamentos na cama.
Só um pouco de vez em quando. O melhor é a atenção ao outro, a sensualidade, as
palavras doces sussurradas no ouvido, assim como o respeito mútuo.
Com o tempo, se o francês perde o seu
romantismo do início da relação, ele fica sempre atencioso com seu/sua
parceiro/a. As pequenas surpresas e presentes carregados de afeto são
frequentes. Com a independência de cada um, os parceiros sempre acham sua auto
realização com atividades pessoais ou profissionais, mesmo se essas atividades
passam as vezes provisoriamente no primeiro plano.
Continuação deste post em "Namorar um francês/uma francesa - Parte
3".
Obrigada a Rafael pela revisão do português!
Obrigada também a Lucie, Lucinea e Erwan pelo feedback de experiências
franco-brasileiras de vocês!
Foto: obrigada á Lucinea pela foto ilustrativa.